sábado, 17 de fevereiro de 2018

Histórias Cruzadas - parte 1

Ao som da vitrola, John grita: "Poder para o povo" - isso é tão atual. Esse mesmo lado do vinil finaliza com 

Love is Real... 

Reflexões infinitas para o dia valer a pena.

Estava, há pouco, aguardando respostas de mensagens virtuais, já que cartas não chegam mais. Eram tempos bons... Eu adorava escrever cartas e Marie me ensinou que viver do Lúdico é tão bom quanto dançar na chuva, avistar borboletinhas amarelas, brancas e/ou azuis. Ela me ensinou que o amor tem sempre mais uma chance e não devemos desistir desse verbo e sua finitude.

Marie e Rodolfo tiveram um caso nos bastidores durante uma gravação de um dos filmes de Valentino. Debaixo de um pessegueiro, passando seu texto pré gravação, se apaixonaram como se fossem o único casal amoroso do universo. Hollywood é um mundo de sonhos e eles não queriam acordar. 
Ela veio me contar sobre seu primeiro encontro com seu príncipe quando ele a buscou em sua casa e ela ainda não havia definido a cor do batom. Vermelho era sua preferida, mas estava a pensar no gosto do beijo e o estrago da coloração no italiano.  


Certa vez deixei o tempo agir e segui a intuição. Caminhei até o lago e pensava em como ser água, que segue seu caminho no tempo de Deus. Sem pressa. O vento que me fazia tonta quando a água se agitava. Em um momento de não saber se devia ir embora, avistei o rapaz que faria de meu dia um marco em minha lembrança. Nada acontecera fora dos padrões, mas a conversa foi tão prazerosa quanto o encontro de Marie e Valentino. Eu pensei que nunca mais o encontraria e por pouco isso não aconteceu. 

...Assim como o fim de Rodolfo foi trágico para Marie, o fim dessa amizade bonita foi bem difícil para mim, ainda estou me acostumando e contava à minha amiga:

- Algumas estórias não tem volta...

Valentino faleceu faz tempo, mas nem o tempo deixou com que 
mademoiselle Deville deixasse de o amar e nem de amar a vida. Ela continuara a se apaixonar em seu cotidiano, mas seu coração tinha dono. O meu, não. 
Aprendi com a parisiense danada de que idade está na cabeça de quem conta e de que não devemos nos privar de viagens transitórias meio reciprocidade. Muitos fins são recomeços e outros nem acabaram, só pediram um tempo.

Ah, como eu queria receber mais uma carta declaratória de que sou você e de que Orfeu está a pensar em mim... 


Obs:. Para quem desejar conhecer uma pequena história de Marie Deville, segue o link autorizado: https://goo.gl/P3EzQk


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